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Realidade X Expectativa

Enviado por roberta goldfarb em 07/06/2010 às 03:01 PM

Sem dúvida alguma, o mais curioso de viajar é chegar a um determinado lugar e descobrir a diferença entre a expectativa e a realidade. Com certeza é melhor quando a realidade supera ou pelo menos corresponde a expectativa, que são detalhes que vão de comidas a hotéis, pessoas a paisagens, serviços a turismo.

De fato, de alguma forma sempre somos surpreendidos.

chegar ao laos foi mais uma grande surpresa. imaginando algo ainda mais primitivo que seam riep no camboja (acho que foi o lugar mais primitivo que visitamos até hoje, sem considerar o nosso sertão brasileiro), nos deparamos com uma cidade muito charmosa e com certeza mais moderna do que imaginávamos.

a cidade tem 30.000 habitantes é pequena e vive do turismo. foi colonizada pelos franceses o que se pode ver pela herança deixada: muitos cafezinhos e lindos restaurantes. o centro da cidade é praticamente composto por três ruas principais onde estão os hotéis, cafés, restaurantes, comércio e mais uma vez (como em toda ásia) um belo night market, que às 18h toma conta da rua principal com seu 1km de barracas azuis e vermelhas montadas e desmontadas todos os dias pelos comerciantes.

mas a cidade é mais do que isso. não são mais uns restaurantes, não é mais um mercado. eles são realmente bons e movimentam a rua principal a medida que escurece o dia. essa mínima estrutura com qualidade, para nós ocidentais, sem dúvida alguma deixa a viagem mais fácil e mais gostosa.

ficamos seis dias por lá. não tivemos tempo de conhecer outra cidade, ao mesmo tempo que tivemos tempo de sobra para desfrutar com calma luang prabang.





monastérios fazem parte da paisagem a cada esquina, pudemos contar pelo menos dez neste pequeno centro agitado. os monges desfilam suas vestimentas tipicamente laranjas desde às 5h30 da manhã quando fazem soar os tambores avisando sua chegada. essa cerimônia chamada tak bhat acontece todos os dias de manhã, faça chuva ou faça sol, quando voluntários esperam a passagem de inúmeros deles, que vem em fila, nas ruas da cidade para dar-lhes comida (mais precisamente arroz e especiarias), como forma de “oferecer sua alma aos monges”. a cerimônia é uma tradição nos países budistas.





um dos passeios que venho recusando fazer desde que chegamos na ásia devido ao meu amor pelo animais, aqui tem outro propósito e fomos nos aventurar. há uma vila onde vivem 9 elefantes. elefantes que trabalhavam e eram maltratados são recuperados e levados para lá, onde são cuidados periodicamente por um veterinário em um hospital no local. lá eles vivem na floresta durante à noite e durante o dia tem contato com os turistas. tentei ver com bons olhos este tipo de “trabalho” (se é que é um trabalho), pois para eles este contato com os humanos pode ser saudável e divertido. para isso eu precisaria conhecer mais a fundo um elefante e, como não conheço, me deixei envolver pelo projeto e pela oportunidade de estar lá.

enfim, passamos um dia na vila, aprendemos a andar de elefante, direto no lombo dele sem cadeirinha e, a nos comunicar um mínimo para dar os comandos “direita, esquerda, anda e pára”. aprendemos a dar comida na boca, com direito a levarmos algumas cutucadas com a tromba, caso demorássemos e, a dar banho escovando as costas, a bunda, a cabeça, em seu lombo dentro do lago. parece que gostam: se molham, afundam a cabeça na água, sobem, descem, se refrescam.

a dúvida: será que é um trabalho ou não, não é sanada, mas como resultado do contato do dia, interpreto que é mais relevante a boa troca entre o animal e as pessoas que gostam de bichos e se propõem a ir até lá viver isso, do que a questão trabalho. o bem da verdade é que eles deveriam morar na floresta e ponto! mas se você pensar que um elefante come 250kg por dia, você pensa: quem pode sustentar nove deles??? então melhor que alguém faça, mesmo que não da maneira perfeita, mas que dê oportunidade de uma vida digna a eles, mesmo que isso dependa do seu próprio esforço. afinal, muita gente tem curiosidade de ver um elefante de perto, então sustentar a vila com turismo é a maneira de receber contribuições para criá-los.




visitamos lindas grutas com milhares de estátuas de buddhas que foram deixadas lá ao longo de anos e algumas vilas locais de hmong, etnia local.

enfim, seja por sorte, seja por baixas expectativas, estamos tendo ótimas surpresas pelo caminho.


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