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Salve Lake Mirror

Enviado por roberta goldfarb em 11/03/2010 às 04:00 PM


Era hora de decidir nossa ida a Milford Sound, os tão famosos fiordes da Nova Zelândia. Viemos a Te Anau e dormimos aqui, única e exclusivamente para isso.

Já havíamos debatido algumas vezes a melhor maneira de ir, já que a caminhada que queríamos fazer, além de estar “fully booked”, dura três dias e não tínhamos todo esse tempo.

Além da caminhada há duas maneiras de ir à Milford: de navio ou de kayak. Pois bem, somos jovens, temos disposição, não queremos estar em um cruzeiro, com pessoas da meia (ou avançada?) idade. OK, vamos de kayak, deve ser divertido, pessoas da nossa idade.

Fomos ao centro de informações. Conversamos com a pessoa responsável, perguntamos sobre o nível de “fit” que alguém precisa para fazer este passeio. Havia duas opções, escolhemos a mais barata e mais fácil.

Oba! Felizes com os tickets na mão fomos dormir cedo pois teríamos que acordar às 5h30.

5h30 de pé. Duas horas até Milford. Chegamos lá, encontramos todos, seguimos para a beira do lago e começou. Um frio surreal!!!! O guia começa a explicar o que são as roupas que devermos usar, camada atrás de camada: calça, blusa, regata de neoprene, blusa felpuda, colete de kayak, casaco... e chega. O que era aquilo??? Pelo menos esquentou um pouco. Algumas explicações de como segura o remo, como rema, como senta no kayak, como faz se ele virar, bla bla bla, bla bla bla.

Os kayaks eram para duas pessoas. O lugar da frente era maior, portanto, o mais alto se não coubesse atrás, sentaria na frente. Porém o de trás que comanda a direção do kayak com dois pedais, um para o pé direito, outro para o esquerdo.

Em todos os kayaks a mulher na frente, o homem atrás. O Guto entalaria atrás, então achamos que seria melhor mantermos nossa autenticidade.

Todos ao lago... mal saímos da beira já precisamos voltar porque eu não conseguia de jeito nenhum abaixar o “leme” (não sei se é assim que se chama no kayak, mas não soube aquele dia e não quero saber tão cedo). Tentamos recuperar o tempo perdido e alcançamos o grupo.

E assim foi o passeio inteiro: nós por último tentando alcançar o grupo! Mas péra aí, não nos disseram que era para iniciantes??? Essa galera voa no kayak (importante: ficamos encucados com esse fato até vermos kayaks em todos os cantos da Nova Zelândia. Não eram miragens não, eram reais e esperamos que nossas conclusões estejam certas e que todos, mas todos os neozelandeses tenham crescido remando seus kayaks. Se não, vai significar que realmente somos muito ruins).

Além de não conseguirmos o mesmo desempenho do grupo, o papel de quem está atrás é realmente trágico. A pessoa da frente fica pedindo para você direcionar o kayak mais pra cá, mais pra lá. O que ela não sabe é que a coordenação que você tem que ter com os dois pedais (e olha que eu sou coordenada!) é imensa. Você aperta com o pé direito o da direita e o da esquerda com o pé esquerdo para direcioná-lo. Como se isso já não bastasse, você tem que remar. E naturalmente quando você rema com o braço direito, você aperta o pedal direito. Com o esquerdo a mesma coisa... e não pode!!!! O kayak tem que ir reto. Daí você se concentra, rema, rema, mas o kayak não vai!! O grupo todo está te esperando. Aí, como força do hábito você aperta o pedal direto para acelerar!!! Um verdadeiro desastre.

O passeio segue aos trancos e barrancos. Os fiordes são os mais belos da Nova Zelândia. Nas pedras pudemos ver as focas peludas que são umas verdadeiras coisas fofas.

De repente, aparecem muito golfinhos nadando ao nosso redor. Muitos mesmo. A coisa mais linda! Eu lá, presa naquele kayak, sonhando com o cruzeiro, onde eu poderia simplesmente driblar o pessoal da meia idade, ficar perto dos golfinhos e tirar quantas fotos eu quisesse. “Guto rema!!! Rema mais!!! Quero tirar fotos dos golfinhos!” E a estratégia pra isso??? Não conseguimos alinhar nossos remos, não conseguimos tomar velocidade, o braços já doem muito e pra completar o Guto está na minha frente, então além de remar, chegando perto temos que posicionar o kayak de lado para o golfinho parar no momento certo na minha frente e eu tirar a foto. Bingo! Impossível!

Resultado: 1 – eu nunca tinha me sentido essas malas de grupo que atrasam a todos, sempre tem a primeira vez, 2 – o cruzeiro sem dúvidas teria nos caído melhor, 3 – não consegui tirar nenhuma foto boa dos golfinhos, 4 – o dia seguinte foi melhor do que imaginávamos, os braços se mexiam!

O dia ainda podia melhorar, o caminho que pegamos para ir à Milford é o mesmo da volta e é maravilhoso. Apesar de cansados, pretendíamos fazer algumas paradas. Mas só se fosse uma vista linda, nada de esforços físicos!

O Lake Mirror salvou o dia. Finalmente!




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