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Um lugar chamado Arrowtown

Enviado por roberta goldfarb em 06/03/2010 às 01:49 PM


Acordamos e... mais uma parada estratégica para um salto, agora um bungy jump. O Guto sim, eu não. Vontade até me deu, depois de vê-lo se deliciar com o salto. Mas minha quota de adrenalina na Nova Zelândia se esgotou, ainda estou curtindo os efeitos do salto de ontem que, como disse meu cunhado, fica no corpo por uns dois dias. E fica mesmo. Além do que, esse tipo de esporte requer um preparo psicológico. Vide meu dia anterior ao salto... insônia, falta de apetite, pernas tremendo. E para o bungy eu não havia me preparado. Mesmo! Já o Guto, será que tomou gosto pela coisa ou será o mesmo efeito “momento propício + coragem” que eu tive?

Saimos de Queenstown com as malas no carro rumo a Te Anau, para amanhã já acordar perto de Milford Sounds.

No guia lemos sobre uma cidade ao norte de Queenstown chamada Arrowtown. Além de usar o melhor adjetivo para classificá-la, o guia não dá maiores atenções a esta cidade pitoresca.

Decidimos parar, ficamos curiosos com o que poderia ser e tínhamos tempo. Chovia e o céu estava cinza. Resolvemos dar uma volta na cidade. Antes de chegarmos ao fim da rua principal, que não tem mais que 500m, o tempo mudou, o céu abriu. Dizem que na Nova Zelândia é assim mesmo, o tempo muda de um dia para o outro (tudo bem que neste caso foi uma questão de 10 minutos). Já estamos nos acostumando com isso.

Acredito que a mudança de tempo tenha nos animado, pois tivemos fome em seguida. Andamos a rua inteira procurando um lugar rápido para comer e seguir viagem.  Mas andar até o final dos 500m da rua principal de Arrowtown, estranhamente, demora. Primeiro paramos para olhar o posto do correio que estava a nossa frente. Entramos para conhecer e descobrimos ser muito melhor que imaginávamos. O prédio é de 1860/70 e está conservado, dentro está mais para uma papelaria do que para um posto do correio. Lá encontramos todas as possibilidades de cartões, envelopes, selos, presentinhos, papel de presente, lembrancinhas... Dá vontade de mandar uma carta mesmo sem ter a quem ou porque. Quando vi o Guto estava pegando um envelope e dizendo: “Este envelope é bom para mandarmos os DVDs para os nossos pais, o que você acha?”. Falei que dá vontade!

Seguimos pela rua. Do lado direito uma loja chamada "The Remarkable Sweet Shop", só de doces, balas, chocolates, guloseimas de todos os tipos e a especialidade da casa: uma espécie de torta (do sabor que você imaginar cookies and cream, tiramusi, crème brulée, dark chocolate, vanilla...) cortadas em quadrados. Deixei para comprar depois do almoço (voltei e levei um sabor crème brulée e um sabor malteesers). Do lado esquerdo uma farmácia linda, antiga! Tudo na rua tem uma certa "cara de Velho Oeste".

Continuamos andando, aos poucos começamos a ver pessoas se deliciando com uma torta maravilhosa, que pelo o que se podia ver era recheada de carne. Fomos andando, em busca da tal torta, que é redonda e mais parece uma empadinha de Itú. Entramos em um restaurante, em outro, em outro... eis que, ao fim da rua, a última lojinha é uma Bakery. Pessoas saem de lá sem parar com suas tortinhas na mão para comer por aí. Para nós seria uma boa padoca, com apenas duas mesas do lado de fora, nenhum luxo, mas um cheiro maravilhoso saindo de dentro. Para nossa surpresa entramos e os sabores das tortas são infinitos... demoramos para decidir e por fim saímos de lá com nossa tortinha dentro do saquinho “de padoca” (aquele de papel craft) para comer em uma das mesinhas do lado de fora. Felizes!

Estas são as pequenas e preciosas coisas que fazem uma viagem, um dia ou apenas uma tarde de chuva, virar sol em Arrowtown.

PS: depois de ter aproveitado todas as coisas que só Arrowtown pode oferecer parei para pensar se algum destes comércios dariam certo em São Paulo, afinal de contas, qualquer boa ideia pode ser útil para nossa volta para o Brasil. Cheguei a conclusão que nenhuma! Nossa cultura não come barras gigantes de chocolate recém saídas de uma grande torta e tortas folhadas recheadas todos as manhãs. Nossa cultura busca o corpo perfeito. Assim como se alguém abrisse um correio tão lindinho assim... infelizmente não duraria, os paulistanos tem pressa, entram, enviam, pagam, saem... não tem tempo. Mas é compreensível que uma coisa dessas só possa acontecer em filme ou em uma mini cidade no meio dos Fiordes, que vive de turismo, chamada Arrowtown.


a mudança de tempo em Arrowtown



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